29 de março de 2010

MEDITAÇÃO PARA A SEMANA DE 22 de março a 3 de abril de 2010
(extraído do site: equipes-notre-dame.fr)
Tradução: Maria Luiza / Revisão: Geová

Meditação de 22 de março a 3 de abril de 2010-03-29

Meditação – Salmo 44

Palavra de Deus – Evangelho segundo Lucas 1, 26-38

Oração

Como a Virgem Maria, cuja iniciativa de caridade autêntica humilde e corajosa, ditada pela fé na Palavra de Deus e guiada pelos impulsos interiores do Espírito Santo, esqueçamo-nos de nós mesmos e nos coloquemos a serviço do próximo. E rezemos para que a Igreja, como a Mãe do Cristo, acolha com total disponibilidade o mistério de Deus que nela veio habitar e a conduza pelos caminhos do amor. Amém.
(equipistas do Taiti, inspirados numa homilia de Bento XVI)

Caderno de Oração

Medo de Deus

Levantei a mão para acariciar um belo cão cocker de aspecto enternecedor. Ele fez um movimento de recuo.
Há cristãos que, só ao pensamento de dar um passo na direção de Deus, tem esta mesma reação de medo! E isto não acontece somente com os cristãos de fachada, mas também com os sérios, generosos, os verdadeiros cristãos. E não apenas com alguns, mas com um grande número. Mesmo não ignorando o amor de Deus, mesmo falando de Deus a seus amigos e filhos.
Esta reação de medo aparece quando são convidados a se doarem mais profundamente a Deus. Observei este tipo de reação bem recentemente, durante uma conversa sobre a profissão de fé batismal, aquela que somos levados a fazer durante a vigília pascal. Não havia dito nada de extraordinário, simplesmente que esta cerimônia nos dá oportunidade de renovar nosso compromisso com o Cristo, de modo mais verdadeiro, colocando-nos sem reservas à condução do Espírito Santo. Enquanto falava, tive a impressão de ver passar pelos olhares uma sombra de medo. Tinha falado inopinadamente. E eles reconheceram a verdade. Um deles confessou em termos inesperados: “Temos medo de que, nos aproximando demais de Deus, todos os infortúnios recaiam sobre nossas cabeças”. Um outro: “Se nos manifestamos a Deus com demasiado boa vontade, ele se aproveita disto”. Nós nos explicamos com muita franqueza.
Amigos leitores, será que tal reação de medo de Deus não se dissimularia entre alguns de vocês? Reconhecê-la, tirá-la de nossos abismos interiores para colocá-la sob o foco da luz, poderia ser já uma libertação. Deixá-la insuspeita, reprimida, seria arriscar-se a permitir que faça seu trabalho de sapa, inibi-los, influenciá-los e finalmente perturbar, mais ou menos gravemente e sem sua aceitação, seu relacionamento com Deus.

Henri Caffarel. Caderno de Oração nº 134 (março – abril 1974)